quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

GREVES DE PMs - Debate facebook

SOBRE AS ATUAIS GREVES DE PMs Eu não posso afirmar nada... Em princípio, acho que salários de policiais são sim insuficientes, e que isso é injusto. Mas ao mesmo tempo, estas greves estão vindo na mesma onda de uma série de atos que parecem mostrar as PMs saidinhas demais no país, autônomas demais... a ponto de (como aconteceu em São Paulo) se permitirem desrespeitar ordens e agentes do governo federal. Ainda no caso de São Paulo, há documentos públicos de que a PM ainda cultua o golpe militar - e o golpe militar foi dado com ajuda, ou melhor, POR INSTIGAÇÃO de agentes dos EUA. E aí me lembro que a crise que derrubou Allende no Chile começou com greves em cima de greves - aparentemente o exercício de um direito justo - que mais tarde se provaram encomendadas e PAGAS pelos serviços secretos dos EUA. Nessa hora me pergunto se a intransigência de governos do PT com tantos supostos irmãos de classe (trabalhadores) não decorre de os governos terem um pouquinho mais de informações do que nós sobre certas coisas...

Fernanda Tardin hahah em forma de piada fica um registro: duvido que as PMs de SP e ES fazem greve . Pq. será? rsrs
Aníbal Júnior PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR, PERGUNTA ELOGUENTE.
Ralf Rickli Pois é... eu não estou nem em condições de desenvolver muito o assunto no momento (até mesmo condições de disponibilidade mental, sentindo-me perto de um esgotamento por razões pessoais) - apenas quis registrar um tipo de hipótese pra que não se deixe de levar em conta junto com as outras. E deixar os outros investigarem os possíveis desdobramentos, rsrs
José Roberto Bonifácio Chame-os de 'capitães do mato"! Vá em frente! Mas chamá-los de traidores e entreguistas, antipatrióticos... já é demais né?
Ralf Rickli José Roberto, a associação do exército brasileiro com os agentes dos EUA é amplamente documentada, e hoje pública e notória. Está em documentos oficiais dos EUA já publicados, vem sendo analisados publicamente pelos historiadores há tempo. E na medida em que se vincula ao golpe de 1964, é A ISSO que a PM se vincula. Não sou eu que estou chamando ningupem de nada, estou apenas apontando para fatos históricos.
Marco Lisboa Em minha opinião, o que há é um corporativismo exarcerbado. Como ninguém consegue mais resolver o problema da segurança, os agentes públicos estão com um poder de barganha muito grande. Assim como os traficantes, que conseguem concessões do estado a toda hora. Sem falar na milícia, que é a solução carioca para o confronto policia x traficante.
Ralf Rickli Me parece bem provável que o Marco esteja certo. Inclusive é bom lembrar que as tradicionais "soluções cariocas" a essas questões se alimentam das criminalizações artificiais impostas pelos legislativos por burrice e/ou interesse de participação nas mesmas "soluções" - tanto a do jogo do bicho quanto a do comércio de psicoativos.

Mas quem acompanhou o dia a dia que levou à queda de Allende (mesmo tendo só 16 anos na ocasião) nunca irá dizer que o tipo de hipótese que ventilei acima possa ser sumariamente desconsiderado. Por mais que pareça enxergar chifres em cabeça de cavalos.

Marco Lisboa Um golpe na América Latina tem dois cenários: um golpe à antiga moda boliviana, onde um grupo de milicos se reúne e derruba o ditador de plantão e um golpe à chilena. Aquele só precisa de um esquema militar mínimo, de uma população apática ou neutralizada e de boas relações com os americanos, para legitimar o novo governo. Esta fora de moda. O golpe à chilena exige a mobilização da classe média, a aprovação explícita de Washington e é estratégico. Implica em uma opção inserida num quadro muito maior. Inevitavelmente, a radicalização política em que ele surge vai levar a um enfrentamento com as forças derrotadas. Não é do interesse do Império, neste momento, este tipo de cenário. Nenhum interesse americano está em xeque. Por mais que se fale em PIG, o agro negócio, os bancos, a indústria, ninguém tem interesse vital algum ameaçado. Ou será que eu estou no país errado?
Fernanda Tardin II a moda agora é um golpe amoda ex comunistas, hoje coopitados. daqui a pouco vamos ter que gritar : rei rei rei, fhc é nosso rei. antes disto peço pra morrer.
Ralf Rickli Marco, o passado só nos oferece amostras de possibilidades. Não determina nem limita JAMAIS o que pode acontecer no presente ou no futuro. Achar que a realidade se submete a modelos previamente catalogados não passa de pretensão da nossa mente viciada por 2300 anos do bem intencionado porém ilusório modo de pensar aristotélico...
Ah, sim, ia esquecendo: ligados ou não aos gringos externos, os paulistas sempre foram uma espécie de gringos internos do Brasil. As recentes atitudes de Alckmin et caterva tem, sim, nítido caráter golpista - menos no sentido de uma tomada de poder militar, que no de criarem armadilhas constitucionais em que a Dilma inevitavelmente incorreria caso reagisse com a energia moralmente necessária e esperada, criando pretexto para pedidos de impeachment ou coisas semelhantes. Ao lado disso, como pequena força auxiliar, não cai mal uma pequena PM cujo tipo de força acaba de ser obscenamente demonstrada. Absurdo é, mas a elite paulista não descansa de seu desejo de ou ser ditadora ou se separar do Brasil.
José Roberto Bonifácio Quando se está na oposição, a PM é vista como um corporativismo aliado. Quando se está no governo é vista como golpista em potencial. Assim não se tem parametros sérios e confiáveis para a ação política.
Marco Lisboa Ralf Rickli, concordo com você em relação a repetição de modelos. Mas independentemente do modelito, um golpe precisa de uma base social, de um programa, de aceitação internacional. O Brasil é muito grande para alguém arriscar uma aventura desta. E os interesses estratégicos das classes dominantes estão sendo preservados. Não consigo ver um cenário que favoreça em um golpe.
José Roberto Bonifácio Em 64, a maioria dos militares eram ou legalistas ou simpáticos à esquerda. O levante do Gal. Mourão Filho somente se tornou possivel depois do discurso da reforma "na Lei ou na Marra!". O Gal. Castelo Branco que assumiu o poder nem de longe era pró-americano e o regime que se seguiu acumulou enfrentamentos com Washington levando à ruptura do tratado de assistencia militar assinado por Dutra em 52. A suposta "Operação Brother Sam" ordenada pelo governo Lyndon Johnson revelou-se supérflua e desnecessária uma vez que as alas do Exercito brasileiro se uniram para acabar com a "quebra de hierarquia" promovida por Jango. Enfim, as maquinações do "Cabo Anselmo" se existiram não foram determinantes do golpe de 31 de março-1o de abril de 64.
O principal trabalho academico sobre 64 foi defendido como tese doutoral na Universidade de Telavive pelo cientista politico uruguaio René Dreyfus há cerca de 30 anos. É literalmente um "tijolo" pelo volume de documentação oficial de reúne e divulga de arquivos sobretudo britanicos e da Biblioteca do Congresso dos EUA. Prova efetivamente que existiram contatos secretos entre lideranças civis como o governador Lacerda, Magalhães Pinto (MG) e até JK e o então embaixador Lincoln Gordon. Dreyfus argumenta com alguma persuasão que o apoio destes foi crucial para a legitimação dos militares no Congresso e a escolha indireta do novo presidente da República. Não prova contudo que exisitisse infiltração de nossas Forças Armadas (Exercito, Marinha, Aeronáutica e Policias) na escala que o senso comum argumenta.
Jorge Rezende Meu arquivo vivo da historia, faleceu tem 3 meses, ele foi "reformado" obrigatoriamente em 68...Foi Castelista. Como ele falava...tinha palavras ao VENTO.
Marco Lisboa O anticomunismo era muito poderoso em 64. Ele mobilizava a Igreja, o latifúndio, parte da classe média e os militares chamados legalistas. Jango contava com um esquema militar absolutamente furado, que não moveu uma palha para defendê-lo. E havia um processo de radicalização e de enfrentamento político. Washington aprovou o golpe. Mesmo porque ele correspondia a uma estratégia global de guerra fria, em que nós fazíamos parte do quintal americano.
Jorge Rezende Sabe quem convenceu o JANGO abrir as pernas?
Ralf Rickli Sei dessas diferenças, gente. E realmente nunca pensaria no mesmo tipo de golpe. Mas existe, p.ex., a possibilidade de infernizar um governo até praticamente não deixá-lo fazer nada... E elites massacrarem povo não é novidade. Não vejo motivos para ser terrivelmente pessimista, mas... também vejo motivos para não ser simplesmente 100% tranquilo.
Jorge Rezende Ralf Rickli, disse:lpe. Mas existe, p.ex., a possibilidade de infernizar um governo até praticamente não deixá-lo fazer nada.......
Essa é a tática do PSDB;

Ralf Rickli PRRECIZAMENTE, SENHORR 
                    

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