quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sarney vai deixar a política

O ex-presidente da República,
José Sarney, de 81 anos, quer
se dedicar mais à literatura e à
sua família
FOTO: AGÊNCIA SENADO
Presidente do Senado anuncia a aposentadoria; sua filha, Roseana Sarney, também disse que deixará a carreira

São Luís, MA. O presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), anunciou que não concorrerá novamente a cargos eletivos depois de concluir o atual mandato, que vai até 2014.

A declaração de Sarney, que completou 81 anos em 2011, foi feita durante o evento de lançamento do livro “Sarney, a Biografia”, da jornalista Regina Echeverria, realizado na noite da última segunda-feira em um shopping em São Luís (MA).
A filha do ex-presidente e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney, 58 anos, revelou que também não concorrerá mais a mandatos tanto para o Executivo como para o Legislativo. Ela já havia afirmado em outros momentos que deixaria a política após concluir o atual mandato.

A governadora reclamou da falta de reconhecimento em relação à sua carreira política. “Vou fazer o melhor governo da minha vida e vou ficar também de assistente. Cansei de não me reconhecerem. Sempre sou filha de alguém, ou então é a tal oligarquia”, lamentou.

Roseana afirmou que o pai já vinha manifestando a intenção de concluir a carreira política em razão da idade. “Não foi uma declaração intempestiva, apenas perguntaram e ele respondeu. Ele quer se dedicar mais à literatura. Já está muito dividido, mas é um político nato, faz parte da história do País”, declarou Roseana.

De acordo com a governadora maranhense, Sarney quer “encerrar enquanto está bem de saúde” e quer “mais paz para conviver com a família” depois de ter “prestado um grande serviço à nação”.

Histórico

Sarney é o parlamentar mais antigo em atividade no Congresso Nacional, tendo assumido o mandato de deputado federal ainda em 1955. Além de presidir o Senado em quatro oportunidades, foi governador do Maranhão (1966-1971) e o primeiro presidente da República após a ditadura militar (1985-1990). O senador também é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1980.

Quando assumiu a presidência do Senado pela quarta vez, Sarney afirmou que não desejava o cargo, mas que faria “a melhor administração de sua vida porque será a última”.

“Não desejava o cargo, dele não pude fugir. Tenho nesta posse o gosto da despedida. Esta casa que é um pouco de minha vida e um pouco de meu amor”, discursou emocionado o senador. Segundo o ex-presidente, seu estilo de administrar é dividindo responsabilidades.

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