01/08/2011
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As fitas, os
gatos e o guiso
Editorial
Fechou-se o círculo das fitas do caso Alexandre. Agora se sabe que elas estiveram nas mãos de Carlos Eduardo Lemos e Rodney Miranda, o primeiro juiz de exceção do caso Alexandre e, o segundo, principal investigador do crime.
O problema é saber o que ambos fizeram com as fitas. Que não foi coisa boa, isso é fato indiscutível, pois ninguém jamais soube de seu conteúdo, a não ser – claro – pessoas das relações dos dois,
Que pessoas são essas? O que elas tinham a ver com o caso? Por que só a elas foi dado acesso às fitas?
As indagações são muitas. Caberá à Justiça, um dia – se tiver condições para isso – responder. Século Diário fez o que era seu dever: divulgou os fatos relativos ao desaparecimento desse material.
Primeiro, reproduziu denúncia do criminalista Último de Carvalho sobre o fato de Carlos Eduardo ter violado o cofre pessoal do juiz assassinado e tomado posse das fitas.
Agora, está divulgando detalhes da audiência pública, na Câmara dos Deputados, em Brasília, em que a advogada Aparecida Denadai disse ter sido informada, pelo então superintendente da Polícia Federal no Estado, Hélbio Afonso Dias Leite, de que as fitas passaram por suas mãos e foram entregues a Rodney Miranda.
A audiência pública contém informações importantes e relaciona os dois crimes de maior impacto na história recente do Estado – o de Marcelo Denadai e o do juiz Alexandre.
Como afirmara Último de Carvalho, a farsa do crime de mando teve origem no assassinato de Denadai, em que o nome do governador Paulo Hartung apareceu associado e atos de corrupção na prefeitura de Vitória e esse fato motivara o assassinato de José carlos Preciosa, assumido por Thor do Império.
Este denunciara o grupo de Hartung como responsável pelo mando do crime, por causa dos atos de corrupção praticados na prefeitura de Vitória. Em função dessa revelação de Thor do Império – denunciara Último de Carvalho –, o juiz Alexandre ouvira as acusações contra Hartung e seu grupo e por isso se achou em risco.
Ele então confidenciou ter em seu poder fitas comprometedoras que apontavam Hartung como interessado em sua morte. Desse fato surgiu a revelação de Último de Carvalho de que Carlos Eduardo Lemos violara o cofre de Alexandre e se apossara das tais fitas.
A conclusão óbvia de todas essas revelações não pode ser outra: só Carlos Eduardo e Rodney sabem que destino tiveram as fitas, depois que eles as manusearam.
Resta saber quem irá pendurar o guiso no pescoço dos gatos.
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