quarta-feira, 9 de maio de 2012

De candidatura preterida a boia de salvação: luciano rezende o novo 'amigo' del rei.

Um exemplo  acontecido em Maio de 2011 onde o garoto de "el rey" nunca deixou de ser fiel a seu mandatário







Resumo:
...Por último, para dar maior destaque, o deputado do PPS, em tom emocionado, rasgou elogios ao ex-governador Paulo Hartung, que acompanhava toda a movimentação de maneira muito discreta, como é do seu feitio. É verdade que Hartung se ajeitou na cadeira e pareceu estufar quando Luciano disse, de boca cheia, que Paulo Hartung era um dos maiores políticos do País, mas logo se conteve e retornou à fisionomia introspectiva. 

O deputado, sempre em tom de agradecimento, lembrou que o ex-governador foi decisivo na sua trajetória política. “Hartung é o meu mentor político”. Em seguida fez um rápido retrospecto das conquistas de Hartung à frente do governo e depois pediu uma salva de palmas para o ex-governador. 

 Tudo parecia estar na mais perfeita ordem. A convenção travestida de prestação de contas parecia ter atingido o seu objetivo: reunir figuras importantes da política capixaba para endossar a intenção do deputado do PPS de se lançar candidato à prefeitura de Vitória em 2012....


Sem as bênçãos de Paulo Hartung, ‘convenção’ de Luciano não decola


Po José Rabelo | Foto capa: Jose Rabelo


Íntegra:
O deputado Luciano Rezende (PPS) confessou que nem ele esperava reunir tanta gente, em plena noite segunda-feira (8), para acompanhar a prestação de contas dos seus primeiros seis meses de mandato. O auditório “escondido” no segundo andar da Assembleia Legislativa, de fato, ficou apinhado de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, assessores parlamentares e oportunistas de ocasião.

O clima de convenção partidária tomou conta do auditório nos momentos que antecediam o início do evento. Luciano agradeceu as presenças dos políticos que estavam “interessados” em saber o que ele fez nesses seis meses de mandato. Agradeceu, em especial, as presenças de Ferraço pai (DEM), do filho e senador Ricardo (PMDB), do presidente da Assembleia Rodrigo Chamoun (PSB), do chefe da Casa Civil, Luiz Ciciliotti, dos deputados Cláudio Vereza (PT), José Esmeraldo (PR) e Élcio Álvares – todos acomodados estrategicamente na primeira fila.

Por último, para dar maior destaque, o deputado do PPS, em tom emocionado, rasgou elogios ao ex-governador Paulo Hartung, que acompanhava toda a movimentação de maneira muito discreta, como é do seu feitio. É verdade que Hartung se ajeitou na cadeira e pareceu estufar quando Luciano disse, de boca cheia, que Paulo Hartung era um dos maiores políticos do País, mas logo se conteve e retornou à fisionomia introspectiva.

O deputado, sempre em tom de agradecimento, lembrou que o ex-governador foi decisivo na sua trajetória política. “Hartung é o meu mentor político”. Em seguida fez um rápido retrospecto das conquistas de Hartung à frente do governo e depois pediu uma salva de palmas para o ex-governador.

Tudo parecia estar na mais perfeita ordem. A convenção travestida de prestação de contas parecia ter atingido o seu objetivo: reunir figuras importantes da política capixaba para endossar a intenção do deputado do PPS de se lançar candidato à prefeitura de Vitória em 2012.

Mas faltava um detalhe decisivo para candidatura virtual de Rezende decolar. Faltava Hartung se pronunciar publicamente. Ao não se pronunciar, Hartung não se comprometeu publicamente com a “candidatura” de Rezende e ao mesmo tempo deixou no ar o suspense se irá ou não concorrer à prefeitura de Vitória. Subir ao púlpito, como fizeram Rodrigo Chamoun (PSB) e Ricardo Ferraço, para referendar o deputado, nem pensar.

Na prática, quem passou a ser referendado foi justamente Hartung, que teria “cedido” gentilmente sua fala ao presidente da Assembleia. Chamoun deu até uns pontinhos para Luciano, ao recordar que só entrou na carreira política graças aos conselhos do então vereador Luciano Rezende.

Mas o melhor do discurso Chamoun reservou mesmo ao ex-governador. Entre outros elogios, Chamoun creditou a Hartung o restabelecimento da democracia no Estado e lembrou que a estabilidade política foi o maior legado deixado pelo ex-governador ao povo capixaba. E, na mesma linha de Rezende, exagerou ao dizer que o modelo de democracia capixaba deveria servir de modelo para outros estados.

O senador Ricardo Ferraço (PMDB) foi mais contido. Mas forçou a barra quando tratou a prestação de contas do deputado como um evento “imperdível”. Justificou: “Deixei de ir para Brasília hoje para estar aqui”. 

Sob o olhar vigilante de Hartung, o senador também seguiu o roteiro e não demorou para iniciar a sessão de elogios ao ex-governador. Destacou que, graças ao trabalho de Hartung, o Espírito Santo já está sendo visto com outros olhos pelo resto do País. Depois exagerou na dose ao afirmar que o Estado estava sendo “agora respeitado e admirado”. Em seguida, fechou o discurso com um batido ditado: “Transformamos este limão em uma bela limonada”, disse, se referindo ao Estado.

Diante do silêncio do seu mentor político, Luciano, disfarçando o desapontamento, retomou a prestação de contas. Prometeu fazer um planejamento estratégico com a população. Garantiu que, para isso, iria percorrer todo o Estado. 

Para fazer a prestação de contas mesmo o deputado não precisou de mais do que 15 minutos. Tempo suficiente para Luciano exibir meia-dúzia de transparências que registravam as suas principais ações nesse primeiro semestre. Falou sobre a epidemia do crack, da batalha do Estado para impedir mudanças na distribuição das regras dos royalties e dos terrenos de marinha – uma de suas principais bandeiras de luta.

No final do evento, as pessoas fizeram fila para abraçar o ex-governador. Ficou claro, inclusive, que muitos estavam ali apenas aguardando este momento. Hartung, como era de se esperar, saiu de mansinho sem dar qualquer declaração à imprensa, como se diz no linguajar popular “entrou mudo e saiu calado”. Silêncio que vai deixar muita gente com a pulga atrás da orelha. Via Seculo Diário

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