É normal
ouvirmos na TV, no rádio e ler em jornais e revistas que o custo do trabalhador
é muito alto, que o salário no Brasil é alto.
O Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgaram nesta quarta-feira em São Paulo que o custo do trabalhador, o chamado encargo trabalhista, está na casa dos 183%.
O Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgaram nesta quarta-feira em São Paulo que o custo do trabalhador, o chamado encargo trabalhista, está na casa dos 183%.
No dia 26 de
julho de 2011 o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
divulgou na chamada grande imprensa um estudo técnico, científico e detalhado
demonstrando que os encargos custam na realidade, 25%.
Como disse Artur Henrique, presidente nacional da CUT, em seu blog, " o empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a idéia de que cada trabalhador custa quase três vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.
Como disse Artur Henrique, presidente nacional da CUT, em seu blog, " o empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a idéia de que cada trabalhador custa quase três vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.
Precisamos
desmontá-la.
Os
empresários, quando dizem que os encargos custam 183% a mais que o salário
propriamente dito, fazem uma conta marota.
Eles
consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles
consideram como encargo, e não como salário:
- repouso
salarial remunerado
- férias
remuneradas
- adicional
de 1/3 sobre as férias
- feriados
- 13º
salário
- aviso
prévio em caso de demissão sem justa causa
- multa
sobre o FGTS
- parcela do
auxílio-doença paga pelo empregador.
Ora, tudo
isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no
bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Quando os
empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da
hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa
extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.
Para o
Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são
repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só)
como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas
universais:
- INSS
- seguro
acidentes do trabalho
- salário
educação
- Incra
- Sesi ou
Sesc
- Senai ou
Senac
- Sebrae
Tais
encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 183%.
Vamos
lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a
“desoneração da folha”.
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