quarta-feira, 23 de maio de 2012

Conta marota - Encargos trabalhistas custam 25% sobre salários e não 183% como dizem empresários e FGV

É normal ouvirmos na TV, no rádio e ler em jornais e revistas que o custo do trabalhador é muito alto, que o salário no Brasil é alto.

O Centro de Microeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgaram nesta quarta-feira em São Paulo que o custo do trabalhador, o chamado encargo trabalhista, está na casa dos 183%.

No dia 26 de julho de 2011 o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos divulgou na chamada grande imprensa um estudo técnico, científico e detalhado demonstrando que os encargos custam na realidade, 25%.

Como disse Artur Henrique, presidente nacional da CUT, em seu blog, " o empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a idéia de que cada trabalhador custa quase três vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.

Precisamos desmontá-la.
Os empresários, quando dizem que os encargos custam 183% a mais que o salário propriamente dito, fazem uma conta marota.
Eles consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles consideram como encargo, e não como salário:
- repouso salarial remunerado
- férias remuneradas
- adicional de 1/3 sobre as férias
- feriados
- 13º salário
- aviso prévio em caso de demissão sem justa causa
- multa sobre o FGTS
- parcela do auxílio-doença paga pelo empregador.

Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Quando os empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.

Para o Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só) como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas universais:
- INSS
- seguro acidentes do trabalho
- salário educação
- Incra
- Sesi ou Sesc
- Senai ou Senac
- Sebrae

Tais encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 183%.
Vamos lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a “desoneração da folha”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário