Max Mauro - Voz ao povo
Eduardo Fachetti
efachetti@redegazeta.com.br
Primeiro suplente do deputado José Carlos Elias (PTB), o ex-governador
Max Mauro (PTB) disse que aguardará, "com certo constrangimento", ser
notificado pela Justiça Eleitoral para assumir o mandato na Assembleia
Legislativa. E o petebista diz que, uma vez deputado, fará o
"contraditório" na Casa, dando voz a reclamações da população.
Com a decisão judicial de cassar o mandato e suspender os direitos
políticos de Elias, Max volta à Assembleia depois de 33 anos. O
ex-governador foi deputado entre os anos de 1975 e 1979.
"Eu
não desejaria assumir nessas circunstâncias. Preferia aguardar até o
próximo pleito e ser eleito por vias normais. Assumir pela cassação de
Elias é algo que me traz certo constrangimento", disse Max.
Postura
Adversário político do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e tendo
concorrido ao cargo de deputado estadual em 2010 fora da ampla aliança
de Renato Casagrande (PSB), Max destacou que, assim que assumir, usará o
mandato para dar voz ao contraditório na Casa. Ele não classificou,
contudo, sua postura como oposição.
"É preciso que se
estabeleça o contraditório no Legislativo. Democracia não é essa
unanimidade que se estabeleceu lá, essa dependência excessiva do
Executivo. A Casa tornou-se submissa, num processo que vem dos oito anos
de governo de Hartung", criticou.
Casa Silenciosa
"Democracia
não é essa unanimidade que se estabeleceu lá (na Assembleia). A Casa
tornou-se submissa, algo que vem dos oito anos de Hartung" Max Mauro
(PTB),Ex-Governador
Voz ao povo
"Assumir pelo motivo da
cassação de José Carlos Elias é algo que me constrange. Mas como decisão
judicial é algo que se cumpre, vou dar voz ao povo" Max Mauro
(PTB),Ex-Governador
Como exemplos daquilo que pretende pontuar em
plenário, o ex-governador citou os problemas da saúde pública e da
segurança – setores que desde o início do atual governo são alvos de
críticas de movimentos e entidades ligadas à área social.
"Ninguém fala dos problemas da saúde pública, dos movimentos sociais,
dessa criminalidade crescente", finalizou Max. (Com a colaboração de
Vera Ferraço)
Theodorico aposta no efeito do recurso
O
presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), saiu
ontem em defesa do deputado José Carlos Elias (PTB) e afirmou "acreditar
que a Justiça será feita".
Para Theodorico, Elias conseguirá
reverter a decisão da juíza de primeiro grau que o condenou à perda do
cargo de parlamentar e à suspensão dos direitos políticos.
"Estou absolutamente tranquilo de que o recurso que ele deu entrada vai
ter sucesso", comentou o democrata. O presidente afirmou ainda que Elias
não pode ser penalizado por um erro do advogado.
"O fato de um
cidadão ter sido condenado porque não pagou a taxa do recurso e o
processo transitar em julgado não se deveu a qualquer culpabilidade do
Elias. Foi uma falha do advogado que levou à ação. Ele recebeu o
dinheiro do deputado e não pagou a taxa", explicou. (Mariana Montenegro)
Análise
"Não há mais o que fazer"
"Já que o recurso processual não foi conhecido por falta de preparo
(pagamento das custas), processualmente não há qualquer medida que tenha
eficácia de suspender os efeitos da decisão, o que o tornou inelegível.
Ainda que o eventual recurso fosse admitido, ele não necessariamente
seria de todo de efeito suspensivo. Agora, a decisão nesse caso vai
surtir plenamente seus efeitos e acarretar a suspensão dos direitos
políticos por um determinado tempo. É pouco comum que um provimento de
primeira instância surta um efeito tão grave, de forma imediata. No caso
do deputado José Carlos Elias, ele perdeu os direitos políticos e não
há mais o que fazer. Se ele quiser concorrer às eleições de 2012, o
registro de candidatura ficará sub-júdice caso queira discutir a
situação com a Justiça Eleitoral".
Marcellus Ferreira Pinto, Prof. de Direito Eleitoral da FDV
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