Marcos Rebello |
O que temos observado ocorrendo ultimamente (e ultimamente queremos dizer neste breve espaço de tempo de governo Dilma Rousseff) é uma massiva concentração de vontade política por parte da base aliada do governo, principalmente as cúpolas do PT e PMDB, no sentido de demonstrar um alinhamento com setores da ultra-direita que, pelo que restou dessa crise, são simplesmente os grandes interesses financeiros que balizam a economia de inteiros países. Esses piratas estão contra tudo o que é de direito e estão exigindo o controle. Com pirata não pode ter colher de chá!
Vemos isso com uma clareza ímpar no regime especial de licitações para os projetos para a Copa e para as Olimpíadas e no Plano Nacional da Banda Larga para a internet. Em ambos o governo parece que opera em uma camisa-de-forças porque, em vez de traçar uma diretriz que garanta mais autonomia no setor financeiro, menos controle e mais empenho das Teles, está abrindo o leque para maior domínio tanto em controle político e de mercado, como controle da cultura, e menos serviços com qualidade proporcional ao volume dos custos ao consumidor.
Por outro lado vemos um governo claudicante, para não dizer absolutamente submisso, no que diz respeito à abertura de documentos sobre a Ditadura. Este tema ja deveria ter sido um capítulo fechado na historia da nação como já o é na maioria de outros países, mas no Brasil ainda se arrasta fazendo de conta que o tema vai sair pela linha de fundo protegida pela defesa do jogo bruto, mas na verdade essa linha de fundo é a do gol contra. Quer dizer, o governo em vez de lançar a bola para frente está deixando o jogo correr para tras. Aliás, o governo parece querer dar a entender um rucuo para os interesses externos mas um avanço em termos de interesses nacionais. Mas no futebol vemos a seleção fazer a mesmíssima coisa quando joga de "salto alto" e é causa de nervos à flor da pele no espectador. Ou seja, coisa típica de brasileiro displicente com a realidade do jogo.
Nestas duas constatações quem é ponderado ainda é capaz de controlar os nervos e, mantendo a cabeça fria, prefere contemporizar imaginando um cenário positivo. Então com aquela virtude do brasileiro otimista o sujeito imagina que a inteligência no governo estivesse calculando isso tudo com vistas num futuro com melhores condições para dar um basta nessa ciranda entrópica para negociar termos muito mais favoráveis do que agora. Seria esse então o jogo da realidade? Muito, mas muito difícil mesmo! Essa maré não está para peixes, apenas tubarões!
Simplesmente o nível de corrupção no Brasil está algo absolutamente horroroso para qualquer um ser otimista. E não há argumento geopoliticamente convincente para sustentar a necessidade de tamanha corrupção no governo. Isso no atacado, sem falarmos no varejo do que anda ocorrendo em instâncias municipais e estaduais. Quer dizer, o interesse público perde inequivocamente longe para o interesse privado que, diga-se de passagem, no Brasil sempre foi algo fora de série. Então, se no governo Lula vimos um volume assombroso de lucros pelo setor privado, no governo Dilma esses lucros estão se avolumando e afunilando em uma minoria. E se no governo Lula a contrapartida foram aqueles números sobre a classe pobre saindo da miséria, no governo Dilma tudo indica que veremos o mesmo. Mas isso foram números apenas. A realidade, entretanto, é outra completamente diferente: se meia dúzia de bancos fazem dezenas de bilhões em lucros líquidos, o pobre tem dois pratos de comida por dia e uma ajuda de custo em uma educação mais-ou-menos. Se as sucursais de bancos extrangeiros induzem licitações para projetos megamilionários, o salário mínimo do pobre, se duplicasse, a Dilma seria uma deusa - imagine um salário mínimo de R$1200, que piada. Essa jogada então para o PT está sendo a glória, mas para a política séria em uma "democracy in waiting" é um verdadeiro desastre.
Ou seja, em uma suposta democracia essa pratica é algo absolutamente inaceitável. Mas como estamos operando na suposição, isso nem de longe é democrático. Portanto, esse governo é de fato de continuidade. A única diferença é que no governo Dilma a prática está sendo descoberta porque não há o fator "relações públicas" de Lula para esconder o estilo, porque foi no governo Lula quando tudo foi alinhavado e costurado, e hoje o "capote" está sendo vestido às vistas de todos.
O que esses acontecimentos demonstram é, fora a propensão à senvergonhice política, uma fragilidade imensa do sistema político que atesta para uma esquerda inexistente e uma direita totalmente corrompida, porque ambas dependem do grande capital que domina inteiros governos. Daí o eterno impasse na política nacional sobre aquilo que deveria ser uma Reforma Política. Fica esse chove-não-molha com propostas absolutamente indecorosas contra as exigências dos tempos. Afinal, porque ouve-se dizer em sussurros que não há clima político para uma real Reforma Política quando chega-se a um impasse? Porque se fosse uma democracia os poderes seriam iguais e o povo teria alguma voz por pequena que fosse.
Agora, depois destas constatações, o que mais nos salta à vista é que nada disso fica transparente na mídia, e fica para tipos como eu, que nem jornalista sou, para vir a público tecer comentários sobre o óbvio na política. Ou seja, "erros" políticos de primeira magnitude contra o interesse público são cautelosamente negligenciados pelos que teriam a obrigação de reportar a realidade, mas preferem fazer o jogo. Se isso tudo tivesse sido preparado pelo SAE, imagine o mar de lama que é a política internacional.
Mas adianta dizer alguma coisa?
Então a gente escreve para desafogar, e no processo vai a esperança que haja suficiente indignação social para uma virada. Nessa virada a exigência que essa Reforma Politica seja impedida pelo descaramento que é. E, em lugar dela, uma Assembléia Constituinte seja instaurada.
Vemos isso com uma clareza ímpar no regime especial de licitações para os projetos para a Copa e para as Olimpíadas e no Plano Nacional da Banda Larga para a internet. Em ambos o governo parece que opera em uma camisa-de-forças porque, em vez de traçar uma diretriz que garanta mais autonomia no setor financeiro, menos controle e mais empenho das Teles, está abrindo o leque para maior domínio tanto em controle político e de mercado, como controle da cultura, e menos serviços com qualidade proporcional ao volume dos custos ao consumidor.
Por outro lado vemos um governo claudicante, para não dizer absolutamente submisso, no que diz respeito à abertura de documentos sobre a Ditadura. Este tema ja deveria ter sido um capítulo fechado na historia da nação como já o é na maioria de outros países, mas no Brasil ainda se arrasta fazendo de conta que o tema vai sair pela linha de fundo protegida pela defesa do jogo bruto, mas na verdade essa linha de fundo é a do gol contra. Quer dizer, o governo em vez de lançar a bola para frente está deixando o jogo correr para tras. Aliás, o governo parece querer dar a entender um rucuo para os interesses externos mas um avanço em termos de interesses nacionais. Mas no futebol vemos a seleção fazer a mesmíssima coisa quando joga de "salto alto" e é causa de nervos à flor da pele no espectador. Ou seja, coisa típica de brasileiro displicente com a realidade do jogo.
Nestas duas constatações quem é ponderado ainda é capaz de controlar os nervos e, mantendo a cabeça fria, prefere contemporizar imaginando um cenário positivo. Então com aquela virtude do brasileiro otimista o sujeito imagina que a inteligência no governo estivesse calculando isso tudo com vistas num futuro com melhores condições para dar um basta nessa ciranda entrópica para negociar termos muito mais favoráveis do que agora. Seria esse então o jogo da realidade? Muito, mas muito difícil mesmo! Essa maré não está para peixes, apenas tubarões!
Simplesmente o nível de corrupção no Brasil está algo absolutamente horroroso para qualquer um ser otimista. E não há argumento geopoliticamente convincente para sustentar a necessidade de tamanha corrupção no governo. Isso no atacado, sem falarmos no varejo do que anda ocorrendo em instâncias municipais e estaduais. Quer dizer, o interesse público perde inequivocamente longe para o interesse privado que, diga-se de passagem, no Brasil sempre foi algo fora de série. Então, se no governo Lula vimos um volume assombroso de lucros pelo setor privado, no governo Dilma esses lucros estão se avolumando e afunilando em uma minoria. E se no governo Lula a contrapartida foram aqueles números sobre a classe pobre saindo da miséria, no governo Dilma tudo indica que veremos o mesmo. Mas isso foram números apenas. A realidade, entretanto, é outra completamente diferente: se meia dúzia de bancos fazem dezenas de bilhões em lucros líquidos, o pobre tem dois pratos de comida por dia e uma ajuda de custo em uma educação mais-ou-menos. Se as sucursais de bancos extrangeiros induzem licitações para projetos megamilionários, o salário mínimo do pobre, se duplicasse, a Dilma seria uma deusa - imagine um salário mínimo de R$1200, que piada. Essa jogada então para o PT está sendo a glória, mas para a política séria em uma "democracy in waiting" é um verdadeiro desastre.
Ou seja, em uma suposta democracia essa pratica é algo absolutamente inaceitável. Mas como estamos operando na suposição, isso nem de longe é democrático. Portanto, esse governo é de fato de continuidade. A única diferença é que no governo Dilma a prática está sendo descoberta porque não há o fator "relações públicas" de Lula para esconder o estilo, porque foi no governo Lula quando tudo foi alinhavado e costurado, e hoje o "capote" está sendo vestido às vistas de todos.
O que esses acontecimentos demonstram é, fora a propensão à senvergonhice política, uma fragilidade imensa do sistema político que atesta para uma esquerda inexistente e uma direita totalmente corrompida, porque ambas dependem do grande capital que domina inteiros governos. Daí o eterno impasse na política nacional sobre aquilo que deveria ser uma Reforma Política. Fica esse chove-não-molha com propostas absolutamente indecorosas contra as exigências dos tempos. Afinal, porque ouve-se dizer em sussurros que não há clima político para uma real Reforma Política quando chega-se a um impasse? Porque se fosse uma democracia os poderes seriam iguais e o povo teria alguma voz por pequena que fosse.
Agora, depois destas constatações, o que mais nos salta à vista é que nada disso fica transparente na mídia, e fica para tipos como eu, que nem jornalista sou, para vir a público tecer comentários sobre o óbvio na política. Ou seja, "erros" políticos de primeira magnitude contra o interesse público são cautelosamente negligenciados pelos que teriam a obrigação de reportar a realidade, mas preferem fazer o jogo. Se isso tudo tivesse sido preparado pelo SAE, imagine o mar de lama que é a política internacional.
Mas adianta dizer alguma coisa?
Então a gente escreve para desafogar, e no processo vai a esperança que haja suficiente indignação social para uma virada. Nessa virada a exigência que essa Reforma Politica seja impedida pelo descaramento que é. E, em lugar dela, uma Assembléia Constituinte seja instaurada.
Por: Marcos Rebello,
Publicação original feita em 12/07/2011 no facebook, grupo "Consciência Política Razão Social" - http://www.facebook.com/groups/consciencia?ap=1
Dag Vulpi |
Amigo Marcos Rebello,
As vontades políticas das cúpulas que chegam ao poder, originários da esquerda ou da direita, sempre manterão o alinhamento, sem riscos de ficarem tortos, por estarem fora do eixo de sua origem. Eles estarão bem à vontade e bastantes eficientes, principalmente na defesa dos interesses deles próprios e daqueles que os bancaram. Já, os interesses daqueles que eles deveriam representar, dificilmente fazem algo para defender.
Quando o sistema político de um país fica entre uma direita corrompida e uma esquerda inexistente, o capital domina a governabilidade. Onde o capital prevalece, os interesses do povo são ignorados.
A corrupção histórica e cada vez maior e mais sofisticada, ocorre desde sempre no meio político do nosso país, pode até passar despercebidas por uns, mas é severamente sentida por outros. Certamente os eventos de 2014 e 2016 copa do mundo e olimpíadas, contribuirão em muito para que os atuais índices de corrupção, cresçam estratosfericamente.
Pensar que este cenário político pode mudar não é utópico, mas quase. Cabe a nós povo, legítimos representados, tentar esta mudança. Vamos começar por exigir uma reforma política, mas, não esta reforma descarada que tramita no congresso, essa não passa de engodo, ou ainda, como gosta de dizer um político amigo nosso “ISSO É FIRULA” para enganar o povo. Esta é uma simples constatação de uma triste realidade.
Apoio incondicionalmente a proposta, e conforme já escrevi anteriormente, a única saída seria a instauração de uma Assembléia Constituinte Exclusiva, para desenvolver uma reforma política com a participação popular. Esta sim, seria autêntica e atenderia os anseios do povo.
Por menos que reclamar faça diferença, ainda assim temos a obrigação de fazê-la, pois, o que eles querem de nós é o silencio. Nossa obrigação é não conceder a eles mais este benefício.
Os que ainda conseguem se indignar deve desafogar seus descontentamentos, e juntos tentarmos a sonhada virada.
Abraço.
As vontades políticas das cúpulas que chegam ao poder, originários da esquerda ou da direita, sempre manterão o alinhamento, sem riscos de ficarem tortos, por estarem fora do eixo de sua origem. Eles estarão bem à vontade e bastantes eficientes, principalmente na defesa dos interesses deles próprios e daqueles que os bancaram. Já, os interesses daqueles que eles deveriam representar, dificilmente fazem algo para defender.
Quando o sistema político de um país fica entre uma direita corrompida e uma esquerda inexistente, o capital domina a governabilidade. Onde o capital prevalece, os interesses do povo são ignorados.
A corrupção histórica e cada vez maior e mais sofisticada, ocorre desde sempre no meio político do nosso país, pode até passar despercebidas por uns, mas é severamente sentida por outros. Certamente os eventos de 2014 e 2016 copa do mundo e olimpíadas, contribuirão em muito para que os atuais índices de corrupção, cresçam estratosfericamente.
Pensar que este cenário político pode mudar não é utópico, mas quase. Cabe a nós povo, legítimos representados, tentar esta mudança. Vamos começar por exigir uma reforma política, mas, não esta reforma descarada que tramita no congresso, essa não passa de engodo, ou ainda, como gosta de dizer um político amigo nosso “ISSO É FIRULA” para enganar o povo. Esta é uma simples constatação de uma triste realidade.
Apoio incondicionalmente a proposta, e conforme já escrevi anteriormente, a única saída seria a instauração de uma Assembléia Constituinte Exclusiva, para desenvolver uma reforma política com a participação popular. Esta sim, seria autêntica e atenderia os anseios do povo.
Por menos que reclamar faça diferença, ainda assim temos a obrigação de fazê-la, pois, o que eles querem de nós é o silencio. Nossa obrigação é não conceder a eles mais este benefício.
Os que ainda conseguem se indignar deve desafogar seus descontentamentos, e juntos tentarmos a sonhada virada.
Abraço.
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