terça-feira, 12 de julho de 2011

'QUEM NAO SE COMUNICA SE ESTRUMBICA' - Conhecendo ...

'QUEM NAO SE COMUNICA SE ESTRUMBICA' - Conhecendo acomunicação e as formas para avançarmos no desafio

Tá 'rolando' um bate-papo e resgate de memórias importante na comunidade DOCUMENTOS DA DITADURA. Memórias vivas começam a resgatar as formas usadas para comunicação entre resistentes na Ditadura. Vencer as barreiras de comunicação ainda é um grande desafio, Abaixo uma primeira etapa do bate papo, atualizaremos sempre que tiver novidades.
Acompanhem

Como era feita a comunicação entre guerrilheiros e resistentes com grupos distintos/pares/e apoiadores? Bora resgatar esta parte da história?
sabemos que músicas, jornais, mas queremos saber de outras historias e detalhes de todas. Resistentes, PRESENTE?
Ontem às 10:14 · · ·

    • Fernanda Tardin
      Bem, tem tempo ( uns dois anos) que recebi este mail de um ( até então) companheiro virtual:
      "Nanda,


      Um dia desses fiz essa pergunta, mas você não respondeu.


      Gostaria de saber porque trabalhei em Vitória nos anos 70 (A GAZETA). Mais exatamente de 1972 a 1976. Se você é capixaba (e já vi que é jovem) diga-me quantos anos você tinha nessa época. Depois eu digo por quê.


      M. Pacheco – QUEM SE OMITE, PERMITE! (http://www.quemseomiteperm​ite.blogger.com.br/)"
      há 23 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin
      Além de ter falhas de memória ( ou ter pouca idade na época), não reconheci , durante todo o tempo de amizade virtual o M.Pacheco, e dada a resposta a ele, recebi outra e fomos trocando mail, tel, informações aqui e ali, poucas , pois ele lançará um Livro Biografico e tenho que aguardar para saber detalhes, mas coloco aqui a parte da história de M. Pacheco referente a uma forma de comunicação usada na época , tendo CERTEZA que neste grupo alguns participantes vao recordar esta etapa e com sorte acrescentar outras informações e outras histórias. Bora?
      há 23 horas · · 2 pessoas
    • Fernanda Tardin
      ‎"Meu papo também é longo. Tão longo que estou colocando em um livro.

      Título do livro: VOTE NULO, E VOTE CONSCIENTEMENTE! (Vote nulo! E todo o mundo se curvará diante da certeza de que o brasileiro é um povo politizado). Este é o parágrafo final do MANIFESTO DO VOTO NULO que redigi em 1966 e me levou à prisão em 1971.

      Explico: A campanha do voto nulo em 1966 só aconteceu no RJ (Guanabara) mas só beneficiou ao governo. E a “oposição” perdeu muitos votos porque, quem anulou o voto era eleitor dos mais radicais e autênticos.

      Meu jornal recebeu a visita dos agentes da repressão e fui “aconselhado” a deixar de escrever sobre política, ou seria preso e meus direitos cassados.

      Em 1970, o próprio partido do governo levou meu manifesto para o Brasil inteiro. O voto nulo “arrebentou” e eles conseguiram o que queriam. A maioria no Congresso.

      No finalzinho de 70, aconteceu o seqüestro de um embaixador, e o DOPS/RJ prendeu todos os já conhecidos envolvidos em movimentos de oposição. Eu, um deles. Fiquei preso de janeiro de 1971 a abril de 1972, aguardando julgamento. Por fim fui libertado. Mas não conseguia trabalho.

      Em agosto fui para Vitória.

      Convidado a editar o suplemento GAZETINHA, aceitei, por falta de opção. Mas não me arrependo.

      Consegui criar uma geração de cidadãos conscientes. Você faz parte dessa geração...."
      há 23 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin
      ‎"...Jovens da faixa etária entre 11 e 14 anos, me ajudavam a fazer o suplemento, reunindo-se em grupos de cinco, em seus bairros e cidades e me enviando material que eu transformava em colunas, identificando os autores. Se o jornal dos adultos não tinha voz, minhas crianças diziam o que bem entendiam, inclusive denunciando irregularidades em seus municípios.

      Havia um slogan que os incentivava: JOVEM, ESTE MUNDO É TEU. NÃO DEIXE QUE OS ADULTOS DESTRUAM A TUA HERANÇA!

      Tenho boas lembranças do ES. Deixei bons amigos.

      Minha vida foi facilitada pela coincidência do sobrenome PACHECO que era o mesmo do diretor presidente e do diretor responsável da Gazeta – General Darcy Pacheco de Queiroz. Acho que a PF nunca se preocupou comigo, devido ao sobrenome.

      Mas você não imagina o que tenho para dizer sobre o período em que estive na tua terra, vivendo na CLANDESTINIDADE até que o Cariê (dono da gazeta) descobriu meu passado e fui obrigado a sair do jornal e de Vitória, reiniciando tudo em Curitiba.

      Acho que você deve conhecer alguém que participou da Gazetinha daqueles tempos.

      Um forte abraço...."
      há 23 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin
      Bem,e foi só,com algumas reticencias e pistas ( depois confirmadas por ele), mas bastou para que eu fosse 'seguir a trilha' e buscar dados: Bem tinha na época 4, 5 anos em 76 tinha 9 anos. Lembro de fazer alguns programas na tv. Com Milson Henriques ( teatrinho, estas coisas) junto a tantas outras crianças, mas não lembrava de forma alguma o descoberto: Era eu, uma das crianças que 'ajudava ' a fazer o jornalzinho. Desenhos, cartinhas....era a base da comunicação entre resistentes e guerrilheiros , presos ou em campo. Enfim, A LUTA CONTINUA, Vencer BARREIRAS DE COMUNICAÇÃO ainda hoje é fundamental, e por isto venho conclamar por memorias referentes a esta etapa da luta. Aos compas em geral um abraço aosque viveram este capitulo e tem recordação , um apelo. PS: Sigo hoje, numa luta travada com a rede gazeta de comunicações, em especial . a Rede manipulo responde a um mail assim: " Boa Sorte com a midia nacional e internacional, aqui publicamos o que nos serve. " A LUTA TEM QUE CONTINUAR, bora as recordações historicas. Temos herois para que? bjao
      há 23 horas · · 1 pessoa
    • José Gomes da Silva
      Fernanda, havia muitas formas de comunicação, dependendo das circunstâncias. Um prova é que, quando estavam presos, criaram uma forma de comunicação, com espelhos e toques de canecos de estanho nas grades. Depois que saíram, os criminosos passaram a adotar a tática de comunicação...só que dessa vez pra o crime. Há quem diga, até (não tenho nenhuma informação fundamentada), que até o nome "Comando Vermelho" foi originado de um comando que a esquerda criou na prisão, pra proteger e unificar a defesa de todos os presos políticos, no presídio, independente de sua facção (PRC, MEP, POLOP, PDBR, PCR, ALN, ANL, etc.). Abços.
      há 23 horas · · 4 pessoas
    • Marco Lisboa
      Para divulgar a guerrilha do Araguaia, o PC do B editava um jornal, salvo engano, Brasil Notícias. Ele usava dados recolhidos nos jornais legais (Estadão e JB, por exemplo) e noticías vinculadas através da Rádio Tirana. A partir de 74 já não havia qualquer comunicação entre o partido e a guerrilha. Os últimos guerrilheiros foram caçados um a um. Valquíra, a última guerrilheira morreu em outubro deste ano. Foi ela quem me recrutou para o PC do B. Este noticiário era mimeografado e enviado pelo correio para as redações de jornais e alguns endereços de pessoas que lutavam contra o regime. Uma parte era entregue em mãos. Mas em 76 o partido estava praticamente destruído no Brasil e a maior parte de sua direção no exterior. Os militantes de AP, que haviam ingressado em 73 estavam organizados em estruturas separadas. No Rio, por exemplo, havia duas estruturas. Depois disso as organizações legais de massa, como diretorios e sindicatos começaram a se rearticular. Em 75 surgiu o jornal Movimento e em 76 a censura praticamente saiu das redações dos jornais.
      há 16 horas · · 4 pessoas
    • Fernanda Tardin Marco, como era a comunicação e a articulação e estrategias entre grupos de guerrilhas?
      há 14 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin Como se ficava sabendo (alguns) que a milicada estava na cola e alguns ainda conseguiam escapar da cana?
      há 14 horas · · 1 pessoa
    • Carlos Molina Eram marcados pontos de encontro com horários rigidamente pré estabelecidos e caso falhassem é que alguma coisa de errado tinha acontecido (prisões, etc.). Pelas normas de segurança para quem era preso a orientação era que aguentasse a tortura fornecendo dados falsos por pelo menos 3 dias, para que desse tempo para a organização pudesse fazer as mudanças de aparelhos, reorganização das redes de contatos, etc..
      há 13 horas · · 3 pessoas
    • Fernanda Tardin Molina e demais companheiros, Como era a participação de mensageiros ocasionais ou disfarçados de mendigos, lavador de carro, vendedor de bala(picolé...) e prostitutas, que segundo varios resistentes faziam a comunicação semanal com presos políticos.?
      há 13 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin Os grupos distintos de resistencia e luta armada tinham comunicação direta um com o outro?
      há 13 horas · · 1 pessoa
    • Dagmar Vulpi Convido os companheiros a fazerem um relato detalhado sobre o assunto para postarmos no blog do grupo, estou certo que este assunto resultará em uma bela postagem! Quem se habilita? Carlos Molina, Marco Lisboa, José Gomes da Silva, outro amigo do grupo, ou quem sabe uma matéria mais abrangente com a participação de vários amigos. Fico no aguardo. Abraço.
      há 13 horas · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin ou quem sabe uma matéria mais abrangente com a participação de vários amigos. Apoiado
      há 12 horas · · 3 pessoas
    • Marco Lisboa
      Quando o PC do B começou a guerrilha do Araguaia, havia a ilusão de que os revolucionários e a juventude iriam aderir em grande número ao partido e à guerrilha. A própria repressão tinha esta ilusão. Entretanto isto nunca aconteceu. As orga...Ver mais
      há 3 horas · · 3 pessoas
    • Fernanda Tardin
      Aprendendo com os erros da história: "Isto era mais ou menos natural porque quando houve a ruptura com o PCB e sua política reformista aconteceu um movimento centrífugo. Cada organização tratava de recrutar mostrando que sua linha era mais ...Ver mais
      há ± 1 hora ·
    • Fernanda Tardin ‎"Esta comunicação que você citou é meio fantasiosa (mendigos, prostitutas, etc.) Pode ter acontecido com um ou outro militante." Tô , na verdade, provocando para sabermos o que a história está nos negando. rsrs Mas tem muitas outras revelações aí, Vamos aos fatos? bjao
      há ± 1 hora ·
    • Luiz Aparecido da Silva
      Uma informação. A Guerrilha do Araguaya foi abortada porque não pretendiamos iniciar as ações naquele momento. A descoberta pela repressão e o primeiro cerco nos obrigou a agir em autodefesa. Os planos era implantar mais gente e ampliar as ...Ver mais
      há 39 minutos · · 2 pessoas
    • Fernanda Tardin Lu, sei que vc. tem muitas novidades referentes a este tópico também, nos dê o privilegio de ouvi-las? bjaohermano.
      há 34 minutos · · 1 pessoa
    • Carlos Molina
      O que pegou o PC do B de surpresa foi o avanço do capitalismo no campo na sua forma mais selvagem naquela região que antes era isolada. O isolamento facilitava a implantação do projeto de GPP (Guerra Popular Prolongada) e com o fim deste nã...Ver mais
      há 27 minutos · · 2 pessoas
    • Carlos Molina Embora os "paulistas" tivessem a simpatia de grande parte da população ainda não estavam militarmente enraizados e eles estavam mal equipados, com armas obsoletas, sem estrutura de comunicação (rádio), etc.. Foi um grande erro a direção não ter cancelado o projeto já na primeira ofensiva.
      há 24 minutos · · 1 pessoa
    • Fernanda Tardin ‎"sem estrutura de comunicação (rádio), etc" Para mim continua a ser o grande desafio. Precisamos conhecer detalhes para vencer etapas. Vamosseguir pois RECORDAR É VIVER literalmente. Juntos somos fortes. bjao
      há 17 minutos ·

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