sábado, 10 de dezembro de 2011

“EM NOME DE JESUS TÁ REPREENDIDO”

A SEMANA

“EM NOME DE JESUS TÁ REPREENDIDO”

Por Laerte Braga

Segue-se ao “QUEEEIMA ELE SENHOR!”.
O mal está afastado. Hora de passar a sacolinha e receber o agradecimento.

Há ano atrás assisti a um filme em que um pastor entra numa grande arena e dispara – “eu hoje pela manhã falei com Deus e Ele me disse...” Olhei bem a cara do ator/pastor e não vi qualquer semelhança com Roberto Marinho, à época vivo ainda, logo, embuste.

Um dos maiores atores de toda a história do cinema, Spencer Tracy, encarna o advogado Clarence Darrow no filme O VENTO SERÁ TUA HERANÇA. O filme é baseado num fato real e conta a história do julgamento do professor de biologia Bertram T. Cates, preso na cidade de Hillsboro, no estado do Tennesse, por ensinar a seus alunos a teoria de Charles Darwin.

O líder espiritual da cidade, reverendo Jeremiah Bronw é o grande defensor e guardião da fé e comanda a reação de seus fiéis a “heresia” praticada pelo professor. O fato desperta a atenção de um jornalista de prestígio nacional, ali interpretado por Gene Kelly e seu jornal resolve patrocinar a defesa do professor.

Clarence Darrow era um dos maiores advogados dos EUA àquela época, 1925 (o país não mudou nada em relação à hipocrisia permanece a mesma coisa) e foi o contratado.

Matthew Harrison Brady fora Secretário de Estado, Secretário de Justiça e por três vezes candidato a presidente dos EUA, em todas derrotado. Um líder fundamentalista de extrema-direita que percebe a oportunidade de transformar o julgamento num palco para sua quarta tentativa de chegar à presidência. Vai para a cidade provocando histeria entre os “fiéis”, vira assistente do promotor.

Nos dias que antecedem o julgamento as pessoas fazem passeatas nas imediações da cadeia onde estava detido o professor Cates cantando que “vamos enforcá-lo numa macieira azeda”.

Eram os primeiros anos do rádio como veículo de comunicação.

O julgamento é uma farsa e todas as provas e testemunhos de caráter científico são negados pelo juiz.

Percebendo as dificuldades da defesa o advogado Clarence Darrow decide chamar o líder e assistente da promotoria Matthew Harrison Braddy para depor, invocando sua condição de “especialista em bíblia”.

A essa altura o assunto era tema nacional via rádio.

Darrow pergunta a Braddy quantos minutos tem uma hora para Deus e Braddy diz que quantos Deus quiser. Darrow pergunta então se a hora de Deus pode ter alguns milhões de minutos, ao contrário da nossa impura hora de 60 minutos e Braddy diz que sim.

Darrow mostra uma pedra que fora proibida de ser juntada como prova e diz que ela pode então, para a hora de Deus, ter milhões de horas e anos de nossa medida de tempo. Braddy já atrapalhado diz que sim. É que antes, ao requerer ao juiz que a pedra fosse excluída como prova, já que a defesa alegava que datava de 10 mil anos atrás, afirmou que o mundo havia sido criado a três mil anos e alguns meses segundo um determinado bispo que fez o cálculo exato do momento da criação.

Em seguida a várias contradições entre a bíblia e o poder de Deus determinar o número de minutos de sua hora, Darrow fulmina – “E Deus criou Adão e Eva que geraram Caim e Abel. Caim matou Abel, seguiu para o leste e encontrou Noá. Não há na bíblia citação alguma sobre quem criou Noá. Que Deus criou Noá?”
Braddy se enrola, o julgamento é suspenso por alguns momentos, a essa altura transmitido para o todo país para uma emissora de rádio e o juiz recebe um recado simples do governador do estado. Dar um jeito de não condenar o réu, ou fazê-lo simbolicamente, pois a cidade e o estado estavam sendo objeto de chacota em todo o país e as eleições estavam chegando.

A pena de morte por ensinar a teoria de Charles Darwin é substituída por uma condenação de fato simbólica, multa de cem dólares (Darrow ainda assim não a aceita e diz que vai recorrer).

No filme, de Stanley Kramer, um excelente diretor, Braddy morre dentro da própria sala do júri ao perceber que perdera e não seria indicado como candidato a presidente pela quarta vez. Na verdade Braddy morreu uma semana depois.

Eu fico pensando o dia que hordas de incautos vão começar a sair às ruas para pedir a forca para os que não pensam como eles e principalmente, não VOTAM como eles. O tempo de Edir Macedo presidente da República. É o projeto deles.

Vão fazer pilhas de livros, filmes, obras de arte nas ruas e queimá-las por não estarem de acordo com as normas “bíblicas”, ao sabor de suas interpretações da bíblia.

O trem é complicado e perigoso. Quando um corrupto como Magno Malta faz do Senado uma casa de espetáculo fascista/religioso (pleonasmo? Não sei), o que não é muito difícil considerando vários que lá estão, a coisa fica pior ainda.

O cara é desses que acha que fala com Deus e os processos por pedofilia contra ele somem em Cachoeiro do Itapemirim. “QUEEEIMA ELE SENHOR!”

Robert Levinson é um “ex-agente do FBI”, versão oficial, preso há quatro anos no Irã. Apareceu agora num vídeo pedindo ajuda ao governo de seu país para que seja libertado. Foi preso em Teerã e acusado de espionagem. Claro, o que um agente do FBI, polícia federal dos EUA fazia em Teerã? Segundo Quântico – sede do FBI – ele estava lá trabalhando como detetive particular depois de 33 anos de serviço ao Bureau.

No vídeo Levinson pede socorro e pergunta se os tais 33 anos de serviços não valem nada para o FBI e seu governo?

Valem para propaganda contra o Irã, Levinson é só uma peça, um detalhe noutra grande farsa, a demonização do Irã. Se vier a morrer por uma ou outra razão o cínico Barack Obama, mais uma farsa, vai aparecer na Casa Branca dizer que está pedindo a Deus para proteger os EUA os norte-americanos, render homenagens a mais um que morreu cumprindo o seu dever pelas liberdades, os direitos humanos, etc, entregar uma bandeira à família, dar meia volta girando nos calcanhares, voltar para o interior da residência presidencial, abrir uma cerveja e esperar o resultado das pesquisas sobre sua performance. O ano que vem é eleitoral.

Saiu o livro do jornalista Amauri Ribeiro sobre as privatizações no governo de Fernando Henrique, o faraó. Corrupção generalizada e José Serra e sua família presentes em cada ato e em cada recebimento de propina. Justo uma semana depois da prisão de João Faustino, sub-chefe da Casa Civil do governo Serra em São Paulo, num esquema de corrupção de bilhões, que pretendia chegar a dez estados da Federação. Faustino está de boca fechada, recebeu instruções de Aloísio Nunes, o conselheiro de Serra e por acaso senador, que nem vai ser condenado e nem vai perder o “patrimônio” que amealhou em bandalheiras tucanas (isso é pleonasmo, com certeza).

O livro foi encomendado por Aécio Neves, quando disputava a indicação presidencial do seu partido contra Serra.

Ninho de cobras, o tal PSDB.

Serra, hoje, lembra aqueles caras que andam pelas ruas distribuindo prospectos contra os impuros que bebem, assim que nem os integrantes do Exército da Salvação Nacional nos EUA. Tocavam trombone nas ruas contra o alcoolismo, a bebida e recebiam gordas doações de Al Capone, que na lei seca fabricava cerveja e uísque no Canadá e distribuía em funerárias que serviam de fachada para bares e cassinos.

Servia em xícaras.

VEJA já está se preparando para rebater o trabalho do jornalista. A briga agora passa a ser entre eles e com certeza vai sobrar para Dilma Roussef. Vai precisar assumir a presidência do contrário vai dançar. Tucanos paulistas, versus tucanos mineiros.

As grandes redes de televisão do mundo fizeram um escarcéu contra o governo da Síria no caso da jovem DALIA GONZÁLES DELGADO. Segundo tevês, jornais, revistas, etc, a jovem havia sido presa pelo governo de seu país e depois de estuprada, torturada, foi decapitada.

A “morta” resolveu aparecer num canal de tevê na Síria e declarar que “estou viva. São os canais internacionais de televisão os que mentem”. É desnecessário dizer que a GLOBO aqui, no JORNAL NACIONAL, o da mentira, ainda com Fátima Bernardes, noticiou a execução da jovem. William Bonner chamou o governo sírio de terrorista e Fátima fez cara de dor diante da “barbárie”. Haja farsa.

Thierry Meyssan, jornalista francês radicado na Síria, afirmou à agência de notícias RÚSSIA TODAY que se está criando na mídia cristã e ocidental, democrática um clima artificial, compartilhado por regimes de países árabes favoráveis aos EUA, que manipulam as informações para justificar uma eventual intervenção militar naquele país. Segundo Meyssan, a maioria das pessoas dadas como mortas, está viva e livre e a violência é provocada por grupos opositores ao governo, infiltrados de mercenários contratados pela CIA, exato o que aconteceu na Líbia.

O capitalismo é uma farsa, seus braços como a mídia, veiculam essa farsa.

Numa penada só a Alemanha de Ângela Merkel conseguiu o que Hitler não conseguiu em anos de guerra. O domínio da Europa Ocidental. Um ou outro país reagindo. Está posto na Comunidade Européia o IV Reich, agora o Reich dos bancos quebrados ansiando por dinheiro de países de governos otários – o brasileiro inclusive – para salvá-los da quebradeira.

Direitos de trabalhadores, de aposentados, de pensionistas, empregos, identidade nacional, essas “coisas” todas vão para o brejo. O Reich agora é dos bancos que por sua vez são controlados em sua imensa maioria por grupos sionistas radicados ou nos EUA, ou em Israel.

Vai daí que com selo de qualidade ISO qualquer coisa, Magno Malta, um obscuro e corrupto senador do estado do Espírito Santa fala com Deus, manda que “QUEEEIMA ELE SENHOR” (referindo-se ao “Satanás”, evidente) e em seguida garante que “em nome de Jesus tá repreendido”.

Sei lá, tenho a sensação que ou viramos essa panela nas ruas, ou seremos todos fritos, melhor dizendo, queimaremos nas chamas do “inferno”.

Ah! O governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckimin, cavaleiro da OPUS DEI, sucessora dos TEMPLÁRIOS e INQUISIDORES que queimavam “bruxas” e “hereges” nas fogueiras, foi à cerimônia de entrega do primeiro trem reformado da linha azul do Metrô. Festa, fita simbólica, o diabo. Aí o trem levou a turma de uma estação para outra e depois foi para o oficina. Quebrou. Continua lá quebrado

Peso demais. Muito bandido junto. Imagino o preço do conserto.

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