quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Censura em Mural no Facebook


Postagem feita em atendimento ao pedido de um amigo – conforme solicitação abaixo!

Por Paulo Oisiovici*
Via Fórum Facebook

PEÇO-LHE QUE PUBLIQUE ISSO NA ÍNTEGRA EM SEU BLOG:

ATENÇÃO, COMPANHEIROS E AMIGOS DO FACEBOOK! O sr. Paulo Abrão, Secretário Nacional de Justiça pratica a censura em seu mural no facebook. Apagou essa postagem minha, de 24 de novembro de 2012, no seu mural,da qual discordou e os comentários do nosso debate por não ter capacidade de argumentação diante dos fatos apresentados - é essa gente e esse governo, que fala com a maior cara-de-pau em "democracia" em defesa da divulgação da "verdade" sobre a ditadura e diz ter compromisso em não permitir que aqueles tempos voltem. Aqueles tempos não precisam voltar. Nós os ainda vivemos sob a vigência dos governos do PT. No debate ele disse que como militante dos direitos humanos não apagaria, que deixaria que as diversas opiniões se manifestassem. Logo depois, de forma vil e covarde, apagou. Mas a postagem e o debate na íntegra estão copiados por mim, em meu mural. Não pratico a censura. Isso é peculiar à conduta dos petistas, seus apoiadores, ministros, secretários e demais cargos de confiança do governo petista de Dilma. Vide o debate em forma de comentários abaixo:

Paulo Oisiovici 24 de novembro às 18:45 ·

Paulo Abrão: Meu caro, não concordo. Charge injusta. A Presidenta tem demonstrado intransigência com a cultura do sigilo.
Paulo Oisiovici: Lógico que vc não concorda. Faz parte do poder do Estado que optou por participar e defender. A presidenta tem demonstrado intransigência ao se negar possibilitar a revisão da Lei de Anistia, o julgamento e a punição dos assassinos e torturadores da ditadura, em pleno, flagrante descumprimento ao tratado do qual o país é signatário junto à Côrte Interamericana de Direitos Humanos e numa indiscutível falta de coerência com seu passado e sua história. O Brasil ostenta os mais vergonhosos títulos para qualquer nação que se pretenda civilizada:
1. Último país a abolir a escravidão;
2. país do Cone Sul que ainda não julgou e puniu os assassinos e torturadores da ditadura e
3. O país que ainda não estabeleceu o tamanho máximo da propriedade rural. Somos, contraditoriamente, a 6ª economia do mundo e, ao mesmo tempo, o 84º IDH do planeta.

Sua discordância é óbvia, compreensível e justificável, sr. Paulo Abrão. É a existência material e social que determina a consciência dos homens, e não, o contrário. A charge é arte e a arte é transcendente e, por isso, está acima e além do julgamento conveniente dos homens. Respeito e compreendo sua discordância. Espero que, diferentemente, de alguns de seus correligionários no facebook, agraciados com alguns favores do poder do Estado burguês, não censure (apague) a postagem, pois seria contraditório para uma pessoa que milita na defesa dos direitos humanos, dentre eles o da liberdade de pensamento e de opinião. Quanto ao seu comentário de que a charge é injusta, julgar algo injusto é admitir a existência da justiça e isso - a "justiça" - é algo inexistente em nosso país - o que me envergonha de ser brasileiro. Abraços.

Paulo Abrão: Meu caro, se eu tivesse disposição de apagar da minha linha tempo já tinha feito. Ainda antes de comentar. Deixemos a opinião dos que nos acompanham neste espaço opinarem. De todos modo, embora concorde e defende a livre manifestação de nossos cartunistas, posso discordar. Sem afetar em nada as liberdade publicas. Ao contrario, discordo, como reconhecimento destas liberdades. E reafirmo, só os cegos ou ultraradicais não enxergam ostentoso concretos da nossa presidenta em favor do enfrentamento do legado de violência do passado. Eu, particularmente, não tenho vergonha de ser brasileiro. Mas, com juízo critico, procuro avançar. Abs.

Paulo Oisiovici: Sr. Paulo Abrão, o sr. nega os títulos ostentados pelo Brasil, aos quais me referi? Lembro-lhe a origem etimológica da palavra radical: "ser radical é agarrar as coisas pela raíz. E a raíz do homem é o próprio homem". Agradeço-lhe, portanto, pelo adjetivo ou rótulo (aliás, rotular pessoas é um indiscutível diagnóstico de humanismo e respeito à liberdade de opinião e à individualidade humana) de "cegos ou ultraradicais". Os três vergonhosos títulos para qualquer nação que se pretenda civilizada, ostentados pelo Brasil, são reais. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, o Brasil ainda não julgou e puniu assassinos e torturadores da ditadura e não estabeleceu o limite da propriedade rural. Isso é fato. E contra fatos não há argumentos. Votei em Lula e em Dilma e, não por isso, fecharei meus olhos á realidade de meu país, por qualquer tipo de conveniência pessoal ou partidária. Milton Santos estava certo quando disse que "é difícil ser intelectual no Brasil, pois não é da nossa cultura, receber críticas tranquilamente". Reações desse tipo, a críticas de concidadãos contribuintes e no gozo de seus direitos civis e políticos, comprova o caráter autoritário do Estado brasileiro, que a defesa dos direitos humanos no país se resume a um discurso e que essa essência autoritária herdada da ditadura militar, ao contrário de ter sido extinta, permanece vigente. Abs.

Paulo Oisiovici Paulo Abrão: Estou de acordo com esta ultima afirmação. Gosto do radical, não gosto do ultra-radical

Paulo Abrão *ultraradical: Ele impede o dialogo plural. E nem me referi a voce, mas ao argumento! Também não fecho os lhos pra realidade de nosso pais. Se for assim, estamos juntos. Boa noite!
Paulo Oisiovici Paulo Oisiovici: O homem que busca pela verdade e não por sofismas, não se importa, embora respeite, com a opinião conveniente de seus semelhantes. Malgrado todos os seus comentários, fico ainda com a máxima do grande Florentino: "Segui il tuo corso, e lascia dir le genti!" - "Segue teu rumo, e não te importes com o que os outros digam!" (citação feita por Karl Marx no prefácio à 1ª edição de "O Capital" em 25 de julho de 1867). Boa noite!

Não podemos usar os mesmos métodos da ditadura nazi-fascista do passado , somente através da Democracia Verdadeira (que se faz no dia a dia) que podermos ter em um tempo uma sociedade Fraterna e Igualitária !

Paulo Oisiovici Paulo Oisiovici: A quais métodos nazi-fascistas se refere, Maurício Tupinambá Fernandes de Sá? Desses vc deve entender bastante. Segundo a história, um dos métodos de Hitler para subjugar povos invadidos era submete-los á violência capitalista. E o Brasil continua a ser o maior referencial para o mundo no que se refere à violência do latifúndio, com assassinatos diários no campo, na luta pela terra - e o governo federal insiste em manter o latifúndio, não realizar a reforma agrária e em não limitar o tamanho máximo da propriedade rural. O nazi-fascismo é um regime utilizado pela burguesia para garantir seus interesses vitais numa dada situação. Nisso, a situação do nosso país guarda indiscutível semelhança com o nazi-fascismo. E, ainda por falar em nazi-fascismo, por que ainda não foi revista a Lei de Anistia que garante a impunidade de assassinos e torturadores da ditadura, para viabilizar o julgamento e punição desses nazi-fascistas? Paulo Maluf e José Sarney, aliados de Lula, Haddad e do governo Dilma, são nazi-fascistas ou de "esquerda" como os do governo? Eike Batista é de "esquerda"? Jamais existirá "uma sociedade Fraterna e Igualitária" mantendo-se o latifúndio. "Ora, a democracia é a criação de garantia de direitos. Nossa sociedade, polarizada entre a carência e o privilégio, não consegue ser democrática(...) (...) Como se observa, a democracia, no Brasil, ainda está por ser inventada"
(Marilena Chauí. Introdução á Filosofia. Ática: São Paulo, 2011, páginas 360 e 361.

Por Paulo Oisiovici*

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