segunda-feira, 28 de março de 2011


Sindicato dos Médicos denuncia superlotação no Hospital São Lucas

28/03/2011 - 09h33 - Atualizado em 28/03/2011 - 09h33
LETÍCIA GONÇALVES - GAZETA ONLINE



Superlotação, falta de equipamentos e de leitos e até pacientes sem tomar banho. A situação do Hospital  Estadual São Lucas, que funciona provisoriamente anexo ao Hospital da Polícia Militar, em Bento Ferreira, Vitória, é descrita pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Batista, como caótica.

Na noite deste domingo (27) a equipe médica de plantão na unidade, com orientação do sindicato, registrou um Boletim de Ocorrência. A Polícia Militar esteve no local. De acordo com o registro dos médicos, 113 pacientes aguardavam atendimento no pronto-socorro do hospital, mas a unidade não teria condições de recebê-los.

Segundo Otto Batista a medida foi tomada para resguardar os próprios funcionários, para que não fossem responsabilizados pela má qualidade do atendimento.

Morte

Um rapaz de 23 anos morreu entre a noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira (28) dentro do pronto-socorro do São Lucas. Vítima de acidente de trabalho, Hebert Vieira de Souza teve traumatismo craniano e deveria ser transferido para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não havia vaga. Além disso, nem mesmo um respirador artificial estava disponível. Para o presidente do sindicato, esta foi uma morte que poderia ter sido evitada.

O irmão do paciente, que se identificou apenas como Argeu, diz que percebeu que a equipe médica fez o que pode pelo rapaz.



Vídeo

Na madrugada desta segunda-feira, o presidente do Simes, Otto Baptista, fez imagens de como está a situação no local. Veja vídeo acima. É possível contar pelo menos 16 pacientes no corredor, fora os acompanhantes.

O advogado do sindicato dos médicos Luiz Telvio Valim diz que a entidade pedirá ao Conselho Regional de Medicina (CRM) a interdição ética do pronto-socorro da unidade. O CRM diz que ainda não recebeu o pedido.

"Lixo"

Não é apenas o pronto-socorro que recebe críticas. Uma comerciante de 30 anos acompanha a irmã, uma garçonete de 37 anos, que está internada na unidade há cerca de dez dias. Até agora ela permanece no corredor. "Tem mais de dez dias que a minha irmã está aqui. A cada dia ela está pior. Um dia eles dão alimentação, outro dia não dão; um dia dão medicação outro dia não dão. Os médicos não dão atenção, viram as costas. O atendimento aqui é desumano, é um lixo", critica.

Os atendimentos de consultas e revisões estavam mantidos na manhã desta segunda-feira. Mas até as 11h nenhuma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu192) chegou ao local com pacientes de urgência e emergência. Os veículos foram ao hospital apenas para buscar macas.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que os atendimentos de urgência e emergência continuam a ser realizados e que já iniciou o processo de transferência de pacientes do Hospital Estadual São Lucas para hospitais filantrópicos e particulares.

Falta de maca faz paciente ficar no chão de ambulância
foto: Gildo Loyola - GZ
Pacientes em ambulância sem maca
Pacientes aguardam atendimento dentro de ambulância - um deles no chão do veículo - por falta de maca em hospital


Enquanto o pronto-socorro do hospital São Lucas não recebia ambulâncias para atendimento de urgência e emergência, a reportagem encontrou ao menos três delas paradas em frente ao Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. Os pacientes aguardavam atendimento dentro dos veículos porque não havia macas para transportá-los para dentro da unidade.

O estudante Eduardo de Souza, 24 anos, que sofreu um acidente de trânsito, permaneceu cerca de uma hora deitado no chão da ambulância até ser levado para o hospital.

O irmão dele, o garçom Alberto de Souza, 31 anos, conta que o pronto-socorro do Bezerra de Faria, assim como o do São Lucas, também está lotado e que o fato de Eduardo ter sido levado para dentro do hospital não garantiria o atendimento.

Na mesma ambulância que transportava Eduardo estava o salva-vidas Rony Pontara, 28 anos. Ele também aguardava maca e espaço para poder ser levado para o interior do hospital. Duas horas após ter sofrido um acidente de moto, ele ainda não havia conseguido atendimento e desistiu. "A demora para o atendimento foi pior para mim do que o próprio acidente", lamentou.

A dona de casa  Vera Lucia Sachto, 51 anos, mãe de uma paciente, estava revoltada com o atendimento prestado. "Minha filha sofreu um acidente e está sentindo muita dor nas costas. Agora está lá dentro, no corredor. É um absurdo. Nós pagamos impostos. Merecemos um tratamento digno".

A reportagem não foi autorizada a entrar na unidade. Seguranças impediram até mesmo o acesso à recepção. Nenhum representante da direção do hospital apareceu para falar sobre a situação.

TEM CONDIÇÔES? E o Congresso Nacional com Projeto para redução de Medicina Alternativa , Humanizada e Preventiva.
Olh...a este debate: http://juntosomos-fortes.blogspot.com/2011/01/pre-debate-participe-do-debate-da-pl.html
http://juntosomos-fortes.blogspot.com/2011/01/o-debate-so-bre-saude-medicina.html


 TEVE SEU DIREITO NEGADO? REPRESENTE CONTRA O ESTADO. Veja aqui
http://conscienciapoliticarazaosocial.blogspot.com/2011/02/saude-como-direito-fundamental-do-povo.html?showComment=1297213401348#c2297145459238095562

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