Por Renata Oliveira
Um debate realizado por estudantes da Ufes, com transmissão online na noite desta quarta-feira (18) discutiu de forma bem abrangente as manifestações realizadas nos últimos dias. Queima de ônibus à parte, o encontro tocou em temas bem relevantes do ponto de vista político. O principal deles, na visão da coluna, é o papel da oposição no Estado, que acabou ganhando as ruas devido à harmonia existente na política partidária.
De fato o enfraquecimento dos partidos políticos – que não é uma realidade local e sim nacional – favoreceu o apagamento do debate ideológico, criando um sistema político hegemônico no Espírito Santo. Durante os oito anos do governo Paulo Hartung, esse papel de oposição, que poderia ter sido desempenhado pelo PT, por exemplo, se apagou em nome de uma reconstrução ética e política, capitaneada pelo então governador.
As insatisfações populares começaram ainda no governo Paulo Hartung, com os próprios estudantes enfrentando a polícia. Naquela época, porém, o caso foi contornado pela estratégia do governo de trabalhar os reajustes no período das férias escolares, o que desmobilizou o movimento.
Com a chegada de Casagrande ao governo e a frustração da expectativa de quebra no sistema hegemônico vigente, a oposição intensificou sua busca por espaço político, sem encontrá-lo na política partidária, ganhou as ruas para se fazer ouvida.
O movimento é político, sim. E segue a linha política que vem ganhando o mundo e que vem sendo combatido pelas corporações. Através da internet, a sociedade tem se organizado de forma muito eficiente, exemplo foi o debate dessa quarta. A política institucional, sem saber como lidar com o novo fenômeno, acaba metendo os pés pelas mãos, como o congresso americano e seu SOPA ou o governo Casagrande e sua tentativa de limitar a discussão à questão do passe livre e do direito de ir e vir.
Esta é uma oposição que não pode ser controlada como aconteceu nos últimos anos no Espírito Santo. Não é um partido que possa ser colocado dentro de um projeto hegemônico ou comprada com cargos comissionados. O novo jeito de se fazer política deve ser pautado pelo diálogo. Se de um lado houve exagero, e houve claro, com o incidente do ônibus, o governo também é responsável porque não soube lidar com a situação.
Ampliar o debate, ouvir os manifestantes e criar uma agenda de diálogo é muito mais eficiente do que colocar o choque na rua e contar com a colaboração da mídia corporativa para criminalizar o movimento, em busca de bodes expiatórios.
Fragmentos:
1 – Enquanto ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas se prepara visando à eleição deste ano, com estratégias de administração, o deputado César Colnago, afina o discurso de oposição ao PT. Qual proposta vai agregar mais no ninho tucano?
2 – Pelo tom adotado pelo PDT em reunião do partido, a dificuldade de diálogo com o governo do Estado não é sentida apenas pelos movimentos organizados, não. A política institucional também não consegue ser ouvida.
3 – Ainda resta esperança, ainda que pequena para o prefeito de Guarapari, Edison Magalhães (PPS). Ele pode reverter a decisão de primeira instância no Tribunal de Justiça. Mas que a batalha é difícil, isso é.
Via Dag Vulpi
Um debate realizado por estudantes da Ufes, com transmissão online na noite desta quarta-feira (18) discutiu de forma bem abrangente as manifestações realizadas nos últimos dias. Queima de ônibus à parte, o encontro tocou em temas bem relevantes do ponto de vista político. O principal deles, na visão da coluna, é o papel da oposição no Estado, que acabou ganhando as ruas devido à harmonia existente na política partidária.
De fato o enfraquecimento dos partidos políticos – que não é uma realidade local e sim nacional – favoreceu o apagamento do debate ideológico, criando um sistema político hegemônico no Espírito Santo. Durante os oito anos do governo Paulo Hartung, esse papel de oposição, que poderia ter sido desempenhado pelo PT, por exemplo, se apagou em nome de uma reconstrução ética e política, capitaneada pelo então governador.
As insatisfações populares começaram ainda no governo Paulo Hartung, com os próprios estudantes enfrentando a polícia. Naquela época, porém, o caso foi contornado pela estratégia do governo de trabalhar os reajustes no período das férias escolares, o que desmobilizou o movimento.
Com a chegada de Casagrande ao governo e a frustração da expectativa de quebra no sistema hegemônico vigente, a oposição intensificou sua busca por espaço político, sem encontrá-lo na política partidária, ganhou as ruas para se fazer ouvida.
O movimento é político, sim. E segue a linha política que vem ganhando o mundo e que vem sendo combatido pelas corporações. Através da internet, a sociedade tem se organizado de forma muito eficiente, exemplo foi o debate dessa quarta. A política institucional, sem saber como lidar com o novo fenômeno, acaba metendo os pés pelas mãos, como o congresso americano e seu SOPA ou o governo Casagrande e sua tentativa de limitar a discussão à questão do passe livre e do direito de ir e vir.
Esta é uma oposição que não pode ser controlada como aconteceu nos últimos anos no Espírito Santo. Não é um partido que possa ser colocado dentro de um projeto hegemônico ou comprada com cargos comissionados. O novo jeito de se fazer política deve ser pautado pelo diálogo. Se de um lado houve exagero, e houve claro, com o incidente do ônibus, o governo também é responsável porque não soube lidar com a situação.
Ampliar o debate, ouvir os manifestantes e criar uma agenda de diálogo é muito mais eficiente do que colocar o choque na rua e contar com a colaboração da mídia corporativa para criminalizar o movimento, em busca de bodes expiatórios.
Fragmentos:
1 – Enquanto ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas se prepara visando à eleição deste ano, com estratégias de administração, o deputado César Colnago, afina o discurso de oposição ao PT. Qual proposta vai agregar mais no ninho tucano?
2 – Pelo tom adotado pelo PDT em reunião do partido, a dificuldade de diálogo com o governo do Estado não é sentida apenas pelos movimentos organizados, não. A política institucional também não consegue ser ouvida.
3 – Ainda resta esperança, ainda que pequena para o prefeito de Guarapari, Edison Magalhães (PPS). Ele pode reverter a decisão de primeira instância no Tribunal de Justiça. Mas que a batalha é difícil, isso é.
Via Dag Vulpi
Título original: Onde está a oposição?
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