O Comandante
da PM, Pantoja, e o Major
Oliveira,
foram condenados a 228 e 158
anos de prisão, respectivamente
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Determinada, na manhã desta segunda-feira, a prisão dos dois únicos condenados pelo massacre em Eldorado dos Carajás,
no Pará, que matou 19 trabalhadores sem-terra, durante uma ação da
polícia militar (PM), em 1996. A ordem de prisão foi do juiz Edmar
Pereira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Pará,
contra os policiais militares coronel Mário Colares Pantoja e o major
José Maria Pereira de Oliveira.
Pantoja era comandante da PM do Pará e foi condenado a 228 anos, e o
major Oliveira, a 158 anos e 4 meses, em regime fechado. Ambos estavam
em liberdade por força de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal
(STF). Em abril, o processo que os condenou transitou em julgado (fase
em que não cabem mais recursos).
- Ele [Pantoja] vai se apresentar ainda hoje, estamos levando o
coronel para o presídio onde ele vai se começar a cumprir a pena –
afirmou o advogado Gustavo Pastor, que representa o coronel Pantoja.
Segundo o defensor, o coronel deve chegar ao presídio especial para
militares, Anastácia das Neves, por volta das 13h30 desta segunda.
A defesa do coronel Pantoja afirma que vai apresentar ao STJ uma
petição para que seja julgada uma nulidade no júri que o condenou a mais
de 200 anos de prisão. “Existe outro habeas corpus no STJ. O juiz da
época não fundamentou as qualificadoras do crime. A gente pensa que isso
anula todo o processo e remete a novo júri popular”, completou. “Ele
[Pantoja] está bem abalado, porque uma notícia não se recebe feliz, mas
está muito tranquilo no habeas corpus no STJ”.
Para o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no
Pará, Ulisses Manaças, trata-se de um caso emblemático que precisa de
punição.
- O MST está entusiasmado com a decisão judicial. Mesmo sendo um fato
antigo, o massacre é emblemático para o MST e para os direitos humanos –
falou Ulisses Manaças, que relaciona a prisão a uma mudança em relação à
impunidade no campo.
- Por mais que você tenha um quadro que demonstra a dificuldade do
Judiciário em atuar, isso dá forças para você ter uma mudança de
comportamento que fortalece a luta por justiça e direitos humanos –
avaliou.
O massacre de Eldorado dos Carajás aconteceu em 17 de abril,
no município que deu nome ao massacre, no sul paraense. Cerca de 1,5 mil
sem-terra acampavam na região e fizeram uma marcha em protesto contra a
demora da desapropriação de terras na rodovia PA-150. Para retirar os
militantes, 155 PMs foram enviados e acabaram fazendo uso da força,
chegando a atirar contra os manifestantes.
Via Correiodobrasil
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